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O sucesso invadiu minha casa. E me chamou de intruso.

BoitãoNews - Edição #009

O Reconhecimento Amargo

Você já sentiu que, mesmo quando tudo dá certo, você ainda duvida se merece estar onde chegou?

Pois é.
Essa história começa no dia em que recebi uma placa.

Não era uma daquelas placas de acrílico vagabundo que nego imprime só pra fazer volume.

Era sólida, com moldura preta discreta, fundo escuro e textura gráfica elegante — linhas geométricas simétricas, meio futuristas, meio místicas, como se fossem um selo de conquista sagrada do marketing digital.

No centro, em destaque: o logotipo da Payt, em laranja queimado metálico, seguido da inscrição minimalista:

"NÍVEL 5"

E, na base, um QR Code silencioso, como se fosse uma porta pra alguém validar que aquilo era real mesmo.

Uma imagem vale mais que mil palavras, não é mesmo?
Tá aqui a foto que relutei em publicar nas redes sociais.

Talvez você não saiba, mas a placa de nível 5 da Payt representa o faturamento equivalente a R$ 5.000.000,00 (cinco milhões de reais). É dinheiro pra caralho.

Mas não era exatamente a placa que eu enxergava naquele momento. Era como se ela fosse a mensageira. A mensageira elegante de um reconhecimento que vinha acompanhado de um ruído incômodo no fundo da mente.

Aí entra a minha cabeça: um lugar onde nenhuma vitória chega sem uma interrogação do tamanho do Maracanã.

Porque, apesar do número ser real, apesar da minha participação estratégica ter sido decisiva, apesar da amizade genuína que tenho com o cara que é realmente dono daquela operação… uma voz lá dentro sussurrava um questionamento ácido:

Será que eu mereço mesmo essa placa? Será que eu posso realmente chamar isso aqui de minha conquista?

Era como se eu tivesse coescrito a música que explodiu nas rádios, mas o álbum tivesse saído com o nome de outra banda na capa.

É irônico como funciona esse mecanismo interno. Ele distorce a tua visão de forma quase imperceptível.

Você começa a racionalizar tudo:
“A placa é real, mas não é minha.”
“O faturamento é alto, mas eu não sou dono dele.”

E com essa lente distorcida, cada nova conquista vira um desconforto.

Naquele momento em que eu a segurava e processava os pensamentos, a placa me olhava de volta, exigindo uma decisão que eu não sabia como tomar:

Aceitar esse reconhecimento como legítimo — ou continuar refém de uma sensação crônica de impostor?

O que era pra ser celebração virou silêncio. Um tipo muito específico de silêncio que você já conhece bem se trabalha com marketing digital e carrega o peso de performar o tempo todo:

Aquele silêncio constrangedor entre você e você mesmo, quando não tem mais ninguém na sala pra validar ou rejeitar a conquista que você segura nas mãos.

Puta síndrome do impostor. Mais uma vez ela ali, olhando nos meus olhos com aquela expressão cínica de quem sabe exatamente onde dói.

E é aí, nesse desconforto exato, que começa essa história.
Uma história que talvez seja sua também — mesmo que tua placa ainda não tenha chegado.

Porque não importa se você fatura 5 mil, 50 mil ou 5 milhões:
se você sente que ainda precisa se provar pra merecer estar onde está… essa edição é pra você.

Se esse começo já ressoou com alguma dúvida que você sente hoje, segue comigo até o final dessa edição.
Prometo te entregar uma clareza que talvez você nem saiba que está procurando.

A Síndrome do Impostor — O Fantasma que me Cala

Se você já travou antes de publicar algo porque achou que não tinha autoridade suficiente...
Se já segurou uma ideia poderosa com medo de parecer pretensioso demais...
Ou se já se sentiu um intruso no próprio sucesso…

Bem-vindo. Essa porra é mais comum do que parece — especialmente no nosso mercado.

Eu não travo por falta de ideia.
Não é bloqueio criativo.
Não é medo de haters.
Não é dúvida técnica.

O que me trava é uma única coisa — silenciosa, corrosiva, insistente:

A sensação permanente de ser uma fraude.

Essa sensação bate forte toda vez que olho pra aquela placa.
Porque por mais que eu entenda racionalmente o peso da minha contribuição na operação — atuação estratégica, contribuições de copy, análise, testes, ajustes, escala — a voz na minha cabeça não quer saber disso.

Pra ela, só existe um argumento:
Você não é sócio. Logo, você não é legítimo.”

E quando essa lógica entra, ela corrói tudo.
Porque se o mérito depende de formalidade jurídica, então tudo que fiz perde valor.
Se o conhecimento precisa de participação societária pra ser válido, então eu nunca vou poder compartilhar nada.

É aí que o impostor se instala.

Ele não grita. Ele sussurra.

Quem é você pra ensinar alguém?
Você só estava por perto. Não foi por sua causa.
Você vai se expor e alguém vai te desmascarar.

E quando você escuta essas vozes o suficiente, você começa a acreditar nelas.
Você trava.
Não escreve.
Não grava.
Não publica.
Não compartilha o que sabe.
E sem perceber… você começa a desaparecer do próprio jogo.

Eu sei que isso parece exagero. Mas não é.

O impostor não quer só sabotar tua produção.
Ele quer sabotar tua presença.
E quando ele consegue isso, você vira espectador da tua própria experiência.

Foi exatamente o que senti por semanas após receber aquela placa.

Um tipo de prisão mental que lembra muito o que o Chester Bennington descrevia — mesmo no topo com o Linkin Park.
Milhões de pessoas gritando o nome dele, cantando suas letras, e ainda assim… ele se sentia desconectado, deslocado, invisível dentro da própria pele.

Não me entenda errado: não tô comparando nossa dor - nem nosso talento ou relevância.
Mas a lógica é a mesma:

Não importa o quanto o mundo te valide — se você não se valida internamente, nada disso sustenta.

E aí você começa a duvidar do que já construiu.

Você começa a duvidar do que já ajudou a criar.

Você começa a duvidar de que tem o direito de continuar.

E essa é a pior parte da síndrome do impostor: ela não te impede de fazer. Ela te impede de continuar.

Se isso parece com algo que você já sentiu, no próximo bloco você vai entender o verdadeiro preço de viver travado por esse fantasma.
Um preço que talvez você já esteja pagando — sem perceber.

O Custo Real da Síndrome do Impostor

Você já se perguntou quanto dinheiro deixou de ganhar só porque travou antes de postar?

Já parou pra pensar em quantas conexões, oportunidades e negócios você perdeu simplesmente porque não acreditava que tinha o suficiente pra oferecer?

Porque eu já perdi. E não foi pouco.

A verdade é que a síndrome do impostor não é só um sentimento desconfortável.
Ela é uma máquina de roubar o que você nem percebe que tem.

Ela te tira autoridade mesmo quando você tem know-how.
Te tira palco mesmo quando o som é teu.
Te tira chance mesmo quando a vaga era sua.

É como se cada oportunidade aparecesse com um aviso invisível:
"Autorização emocional não concedida."

E aí você começa a recusar sem perceber:

  • Convites pra falar.

  • Propostas de collab.

  • Mentorias que você poderia ter vendido com o pé nas costas.

  • Conteúdos que poderiam ter virado imãs de autoridade, mas morreram em rascunhos.

Só que isso é a parte visível.
O que realmente dói são as perdas silenciosas.
As que você não pode mensurar.

Aquela ideia que você teve e nunca lançou — e dois meses depois viu outro cara lançando igual, com print de 7 dígitos.

Aquela mensagem de um seguidor pedindo ajuda e você não respondeu por achar que “não era especialista o suficiente”.

Aquele vídeo que você gravou 12 vezes e nunca publicou porque achou que tava ridículo.

E aí vem o pior: você começa a se ver como alguém que “não entrega”.
Quando, na real, você só não se permitiu entregar.

É a diferença entre não saber…
e achar que não tem o direito de saber.

E isso, irmão, te isola.

É o isolamento do “quase”.

Quase publiquei.

Quase fechei.

Quase entrei naquela mentoria.

Quase escalei.

Quase…
quase…
quase.

E essa porra do "quase" vai virando um loop existencial.
Porque a cada novo ciclo de auto-sabotagem, você reforça a crença de que não merece estar onde está.

É igual o Dave Grohl antes de lançar o Foo Fighters.
O cara era o baterista do Nirvana — já tinha escrito várias músicas, já tinha reconhecimento, já tinha história…
Mas duvidava tanto de si que cogitou lançar o primeiro disco de forma anônima, escondido, como se fosse vergonha mostrar quem ele realmente era.

Imagina só se ele tivesse se calado?

O mundo teria perdido uma das bandas mais fodas das últimas décadas.
E ele teria vivido uma vida inteira carregando um som que nunca saiu.

Pois é.
Esse é o custo real da síndrome do impostor: você termina a vida com o teu melhor trabalho ainda dentro de você.

No próximo bloco, eu vou te mostrar por que mesmo o teu “óbvio” pode ser transformador — e como eu quase enterrei o meu por vergonha de parecer pequeno demais.

O Poder Subestimado do Meu Conhecimento

Tem uma coisa que me incomoda pra caralho — e talvez incomode você também.

É a mania que a gente tem de olhar pro que sabe… e achar pouco.
“Isso é básico demais.”
“Todo mundo já sabe.”
“Quem sou eu pra ensinar isso?”

Quantas vezes eu pensei isso?
Quase todas.

E isso me impediu de compartilhar coisas que já salvaram operações inteiras.
Porque na minha cabeça, eu só estava repetindo o óbvio.

Mas aí alguém me responde uma edição da BoitãoNews assim:

“Aquele insight que você mandou mudou completamente meu jeito de pensar campanha. Eu tava travado e agora a porra tá escalando.”

E eu leio aquilo, respiro fundo, e penso:
Caralho… o que eu quase deletei virou uma virada de chave pra alguém.

E foi aí que me caiu uma ficha dolorida:

Você pode estar ignorando exatamente o que alguém do outro lado mais precisa ouvir.

Porque a real é que o que parece pequeno pra você é gigante pra quem tá começando.
O que parece básico pra você é clareza pura pra quem tá no caos.

Se você trabalha com marketing, tráfego, produto, copy ou estratégia — seja em qualquer nível — deixa eu te lembrar de uma coisa:

Você não precisa saber tudo pra ter algo valioso pra compartilhar.
Você só precisa ter vivido uma coisa que o outro ainda não viveu.

E eu te falo isso com autoridade — mesmo que ela ainda me incomode.
Porque eu já ajudei a escalar ofertas que saíram do zero e bateram milhões.
Já reescrevi funis que estavam mortos e fiz voltar a vender.
Já salvei campanhas com um ajuste de headline e uma thumb nova.

Mas por algum motivo, eu sempre achava que isso era “sorte”, "simplório” ou que “não era tão grande assim”.

É foda.

A gente acha que autoridade é troféu — quando na verdade é cicatriz.

E talvez você esteja carregando mais autoridade do que imagina.

A gente só precisa parar de esperar permissão pra compartilhar.

É como o Chester gritando "I tried so hard and got so far..."
Todo mundo ouvia aquilo como hino —
ele, como um grito de socorro.

E ainda assim, foi exatamente essa dor transformada em som que encantou tanta gente.

É isso que eu tô tentando fazer aqui agora.

Não transformar a dor em espetáculo.
Mas transformar o meu caminho em estrada pra quem tá andando do outro lado.

Se você sente que ainda não tem “o suficiente” pra ensinar…
Te convido a olhar pra tua jornada de novo.
Aquilo que você chama de básico pode ser a lanterna que alguém tá precisando agora.

Escolhendo a Verdade em Vez da Fuga

Tem uma hora em que você precisa decidir:
Ou continua se escondendo atrás do medo de não ser o bastante…
Ou encara a porra toda e assume quem você já é — mesmo sem “prova oficial” na parede.

Esse texto que você tá lendo agora, irmão, é exatamente isso:
Um ato de escolha. Uma carta de rendição pra verdade.

Porque eu cansei.

Cansei de fingir que ainda preciso de validação externa pra compartilhar o que eu sei.
Cansei de construir conteúdo só quando tô inspirado ou me sentindo “autorizado”.
Cansei de permitir que uma voz emocional, nascida lá de trás, continue decidindo o que eu calo.

Essa porra precisa parar.

A partir de agora, eu escolho aparecer.
Mesmo com medo.
Mesmo com dúvida.
Mesmo com a voz tremendo.

Eu escolho não ser mais cúmplice do meu silêncio.

E não tô falando só de mim.
Tô falando com você também.

Se você tá lendo isso e já se pegou travado, procrastinando, apagando ideias, postando só o que acha que vai performar...

Você tá fugindo também. E talvez nem saiba.

Mas a fuga tem um custo.

Toda vez que a gente cala o que sabe por medo de julgamento, a gente também cala a chance de ser ponte pra alguém. Ou impede uma puta oportunidade de chegar até nosso colo.

E isso não é papo bonito. É prática.

A partir de agora, aqui estão 3 coisas que eu me comprometo a fazer — e que talvez sirvam pra você também:

1. Postar o imperfeito com mais frequência.

Não é sobre "brilhar". É sobre aparecer. Com consistência, com intenção, com verdade.

2. Abordar o que eu sei que ajuda, mesmo que pareça “pequeno demais”.

Se transformou uma operação, pode transformar uma vida.

3. Falar dos bastidores com honestidade brutal.

Porque autoridade construída só com print é plástico.
Autoridade construída com história é cimento.

É como o Slipknot no começo dos anos 2000.
Ninguém apostava em nove malucos mascarados fazendo barulho com letras existenciais pesadas.
Mas eles botaram a verdade pra fora — sem suavizar.
E por isso, criaram uma legião.

É isso que eu quero agora.
Não legião de seguidores. Mas de gente real, que constrói, compartilha e colabora sem pedir permissão.

A real é simples:

Você não precisa mais esperar por validação.
Você só precisa parar de fugir.

Que conteúdo você tá postergando publicar porque acha que “não é hora”?
Qual parte da tua história você ainda tá escondendo porque tem vergonha de parecer iniciante?

Se você quiser me responder isso, eu tô aqui.
Mas mais importante que isso, responde pra você mesmo.

No último bloco, eu vou te mostrar a única placa que eu realmente quero pendurar — e por que ela talvez seja a mesma que você precisa construir pra você também.

A Placa Que Eu Vou Merecer

A placa de cinco milhões é ducaraio.

Mas não é essa que eu quero pendurar na parede da minha história.

A que eu quero de verdade não vem com moldura dourada, nem com o nome da plataforma de pagamento gravado a laser.
Ela não mede faturamento. Ela mede coragem.

Porque hoje eu entendi que o valor da minha trajetória não cabe num marco financeiro.
E nem precisa caber.

O que eu realmente quero construir — e começar a merecer, a partir de agora — é outra placa.

Uma que diga algo mais ou menos assim:

Aqui mora alguém que teve coragem de se posicionar com verdade.
Que parou de pedir permissão.
Que compartilhou até quando se sentia pequeno.
Que gerou transformação mesmo quando não se achava pronto.

Essa é a placa que importa.

E não precisa de cerimônia pra ser entregue.

Ela é construída aos poucos, no silêncio entre uma postagem e outra.
No texto que você publica mesmo achando simples.
Na mentoria que você oferece mesmo se sentindo “ainda em construção”.
No insight que você divide mesmo achando que "todo mundo já sabe".

Essa placa não é reconhecimento externo.
É pertencimento interno.

E sim — ela começa a ser moldada agora, com esse texto.
Mas ela não é só minha.

Talvez você também precise construir a sua.

Aquela que valida tua jornada, mesmo sem participação societária.
Aquela que reconhece tua entrega, mesmo sem selo verificado.
Aquela que celebra tua coragem de continuar mesmo quando a porra da voz interna insiste em dizer que você não pode…

VOCÊ PODE!

E se você sentiu isso enquanto lia...
Se cada bloco dessa edição te cutucou num canto onde você tava calado...

Então talvez essa seja a tua placa também.

Se fez sentido, compartilha com alguém que tá travado.

Alguém que já construiu, já viveu, já ajudou… mas ainda não acredita que pode ensinar.

Às vezes, tudo o que essa pessoa precisa é de um empurrão leve —
ou de um espelho brutal como esse aqui.

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— Boitão.

📚 Leitura complementar — pra quem sentiu o texto bater gostosinho

Se você chegou até aqui, talvez alguma dessas leituras possa fazer companhia nesse processo.
Não são livros pra te “ensinar” nada.
São livros que, como essa newsletter, sussurram coisas que você talvez já saiba, mas precisa ouvir de outro jeito.

Um livro que parece abraço — mas daquele tipo firme, que segura nos ombros e diz:
“Você não precisa estar inteiro pra ser digno.”
Brené escancara a cultura da performance e mostra que a vulnerabilidade não é fraqueza — é ponte.

Esse aqui é mais do que leitura: é um processo.
Escrito pra desbloquear criadores travados, ele serve pra qualquer pessoa que sente que carrega algo dentro, mas se sabota na hora de colocar no mundo.
Ela te ajuda a escrever não pra performar — mas pra se reconectar com a tua voz.

Poucas obras tocam tão fundo com tão poucas palavras.
Rilke escreveu essas cartas pra um jovem que duvidava de sua legitimidade como artista.
Mas, na real, ele tava falando com todos nós.

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